29 de novembro de 2010

A todos momentaneamente longe de seus filhos...

Pelo amor que sentimos por eles, vamos continuar nossa jornada! Vamos prosseguir no caminho que temos pela frente...
O que realmente vale não é o tempo que eles permaneceram ao nosso lado nesta Terra e sim, a intensidade dos momentos vividos, o amor que aprendemos a sentir, todos os sentimentos valiosos que aprendemos a viver.
Sei que muitos momentos foram dolorosos, porém, são nestes momentos que entendemos que o amor é eterno e ilimitado, são nestes momentos que aprendemos a conversar com Deus... São nestes momentos que conseguimos ver a nossa força de superação e de quanta coisa somos capazes por amar nossos filhos.
Somos seres humanos, com uma visão muito limitada, por este motivo, nem sempre conseguimos entender os desígnios de Deus.
Mas, em nome do amor que está dentro do nosso coração, amor que podemos chamar de saudade, vamos fazer o que está ao nosso alcance. Acreditem, podemos fazer muitas coisas, muito mais do que imaginamos.
Vou dividir com vocês, o que descobri...
Descobri que nos momentos de desespero... Momentos em que a saudade sufoca de uma maneira praticamente insuportável, momentos em que as dúvidas e a razão tentam me incomodar, eu olho para meu coração e todo sentimento que está dentro dele e, ouço o que ele tem a me dizer...
Quando olho para meu coração, vejo minha filha e quero continuar vendo-a até o dia em que nos reencontrarmos por permissão de Deus... Acredito num reencontro...
Num reencontro permitido por Deus... No tempo certo... Afinal, somos únicos, seres com missões únicas e especiais e todos temos nosso tempo...
Embora nos 3 anos, 11 meses e 10 dias que estivemos juntas neste plano, devido as suas limitações físicas, ela nunca pode me dizer uma palavra, mas aprendi que podemos falar linguagem do coração...
Então, quando a razão tenta me perturbar, me incentivando a pedir ou questionar acontecimentos que ainda não tenho capacidade de entender, faço uma prece...
Peço ao Pai que transforme todo esse desespero em amor...
E jamais permita que minha filha se aflija com a saudade...
Quero que ela entenda que esta saudade, nada mais é do que o amor que ficou!
Peço a Deus que me faça digna de um reencontro... Que conforte meu coração...
Peço que não me esqueça e que a cada dia nosso amor nos fortaleça...
Ela era uma criança especial, que me ensinou que amar verdadeiramente é se colocar na situação do próximo, mas de corpo e alma...
Por acreditar que os nossos amados filhos que partiram, sintam saudade, amor, talvez com igual ou maior intensidade, sei que eles, assim como nós, têm uma missão a cumprir, então vamos dar a força e coragem para que eles prossigam.
Como? Acredito que mostrando a eles que por amá-los, iremos continuar...
Quando, um pensamento de pânico aparecer em nossa mente, pede-se conforto... Vamos pedir que nos ensine e nos ampare e que também ampare nossos filhos na nova jornada!
Penso em minha filha todos os dias da minha vida, desde que ela se foi, não a esqueci um só dia.
Ainda é tudo muito recente, então tem momentos que os ‘por quês’ me assombram, choro, converso com Deus a minha maneira, e aprendi a entender os sinais que recebo...
Sinais simples, porém, se calarmos o desespero, nosso coração os faz enxergá-los.
Seja numa lembrança, num pensamento, num gesto semelhante, na palavra de um amigo, ou até mesmo na estrofe de uma música que, às vezes já ouvimos milhões de vezes, mas que num determinado momento nos toca de uma maneira diferente...
Acredite que é Deus falando com a gente, mandando sinais na simplicidade... Usando os recursos que temos ao nosso alcance...

O último sinal que recebi? Esses dias ouvindo aquela música ‘Amor maior’ do Jota Quest, na estrofe que diz: “Quero um amor maior... Um amor maior que eu...”, pensei, existe amor maior do que aquele que sobrevive a ausência fisica? Amor maior que resiste a saudade e nos dá força para prosseguir? Amor que nos encoraja a continuar, pq queremos ser merecedores de um reencontro?

E ouvindo o restante da música, tem uma outra estrofe que diz: “mesmo morrendo de dor... eu estarei mais feliz”...
A saudade é o amor que fica, nossos filhos vieram para nos tornar pessoas melhores...
Hoje sinto uma saudade infinita, é uma dor inexplicável, porém, aprendi ver com os olhos do coração, de alguma maneira, minha filha me fez uma pessoa muito melhor...

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