14 de março de 2012

Não é um ponto e sim, apenas uma vírgula!!!!


As pessoas sempre me dizem que não sabem e nem imaginam como é continuar a viver após perder um filho...
Cada um tem sua maneira, cada um escolhe a forma como vai continuar, mas, vou dizer como consigo viver um dia após o outro.


Bem, todos os dias da minha vida eu penso na Nicolle... Penso nela ao acordar, ao dormir, durante o dia, no meio do expediente do trabalho, num passeio, numa viagem, é impossível não pensar!!! Os meus pensamentos, na maioria das vezes são dela!!!
Imaginar como seria se ela estivesse aqui, porém, é necessário aceitar a realidade e encarar o fato dela não estar entre nós.

Pessoas que me conhecem desde a época da Nicolle, quase não tocam no assunto, porém, não consigo ficar sem falar nela para novos amigos que não a conheceram.
Num consultório médico, por exemplo, se me perguntam sobre a Pi e o Ra: “São gêmeos?”, eu sempre respondo: “Não, são trigêmeos!”.

Algumas pessoas podem não entender, porém, a Nicolle sempre será minha filha e a Pi e o Ra, sempre serão trigêmeos!!! Sempre!!!
O fato dela não estar aqui, não estar ao alcance dos meus olhos, não significa que ela deixou de ser minha filha...
Esse blog mesmo é uma maneira de fazer com que ela jamais seja esquecida na mente dos que a conheceram!!!  É uma forma de fazer com que ela esteja presente na minha vida, hoje e sempre!!!


Uma vez mãe, eternamente mãe!!! Amor incondicional é amar na presença, amar na ausência...
Quando a revolta bate e me sussurra nos ouvidos “Por que isso foi acontecer?”, simplesmente não tento responder essa pergunta, simplesmente elevo meus pensamentos no que mais acredito e peço conforto!
Procuro não pronunciar frases do tipo: “Antes da Nicolle falecer...” ou “Quando a Nick era viva...” e, sempre digo: “Quando a Nick estava aqui...”, pois, acreditem as duas primeiras frases ferem os ouvidos e sangram demais o coração!
No início é difícil demais de conseguir se controlar, às vezes me emocionava nos mais diversos lugares, dentro de supermercados na sessão dos legumes, simplesmente por lembrar da comida que fazia para ela...
Ao passar na frente da clinica de fisioterapia, da APAE/Sto André, enfim, nos lugares mais inusitados eu me emocionava e não conseguia controlar a saudade, porém, aos poucos, fui conseguindo.
Por várias noites, me vi segurando uma foto dela e chorando de saudade e querendo entender o por quê...  As lembranças iam surgindo e junto com ela o desespero nascia, porém, não podia continuar assim.
Apenas a fé, o amor e o tempo podem nos ajudar!!! Porém, eles só irão nos ajudar se permitirmos...
Claro que, tem dias que me desespero, tem dias que ainda vou ao cemitério e choro como se estivesse revivendo tudo outra vez, porém, acredito que os laços que nos unem são bem maiores do que a distância física, bem maiores!!!

Porém, o que mais me ajuda é “não deixar de falar nela”, mas falar com amor, com alegria, com lágrimas nos olhos, com saudade, com felicidade e agradecimento por SER sua mãe.
Os propósitos de Deus um dia eu irei saber, porém, não sei como seria minha vida se a Nicolle não tivesse passado por ela!!!
ACREDITAR NO AMOR INCONDICIONAL E BUSCAR A FÉ, SÃO DUAS ATITUDES QUE NOS AJUDAM A CONTINUAR!!!!